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... e o 2º caminho fiz sozinho (Junho 2017 - parte 1)...

Ao contrário do primeiro caminho que realizei, este resolvi fazê-lo sozinho pois queria ter a experiência de o viver apenas com a minha companhia. Na verdade, queria ter a experiência de contar apenas comigo e estar envolvido com os meus pensamentos a fim de ter uma reflexão sobre a minha vida.

 

A 1ª Etapa foi de casa - Esposende (+50km). Este caminho, decidi começar de casa ao invés de sair da Sé (Porto), pois moro próximo do caminho da costa (e do caminho português). Então, comecei a jornada a partir do Padrão da Légua. Era cedo e já caminhava, por isso, tive um bom rendimento e cheguei a Vila do Conde por volta do 12h.

Quando passei a Ponte sobre o Ave (Vila do Conde), vi uma sinalização do caminho da costa e achei que devia virar a direita. Grande erro. Uns quilómetros à frente reparei que estava seguindo o Caminho da Costa até São Pedro Rates. Contudo, não era esse o meu plano. O que eu queria fazer era o Caminho a passar por Esposende. Por isso, voltei ao ponto em que escolhi a direção para a direita, tomando a direção certa.

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O albergue em Esposende é privado, mas não muito caro (10€). Por ser um albergue novo, oferecia boas instalações e bons recursos. Aproveitei para fazer o jantar por lá.

Captura de ecrã 2019-04-09, às 10.27.57.

A 2ª Etapa foi Esposende - Viana do Castelo (26km). depois de sair de Esposende, foi que comecei a andar pela natureza (até então, tinha andado pela praia). Um trajeto muito bonito com muita paz, muito sossego e que fiz com muitas dores nos pés, para variar... rs.

 

E, como o caminho, por mais que se começasse sozinho, sempre acabas por termina-lo acompanhado, acabei por conhecer um casal de polacos em uma das aldeias por qual passava. Neste dia apenas conversamos mas, posteriormente, viriam se tornar grandes amigos.

Antes de chegar à ponte de Viana do Castelo, em uma pequena igreja, tive um pequeno contato com a Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Viana do Castelo. Fiquei a saber através deles que, desde o dia 1 junho até aquela data (16) que fui o primeiro português a passar pelo caminho.

 

Nesse dia fiquei no albergue dos peregrinos de São João da Cruz dos Caminhos. Ele fica por trás da igreja e, por ser público, é necessário chegar cedo para se ter lugar. O bom desse albergue é o fato de termos tudo perto: mercados, hospitais, entre outros.

Já a 3ª Etapa foi de Viana do Castelo até La Guardia (33km). Comecei o caminho com algumas dores pois, como disse anteriormente, tinha bolhas nos pés, devido à quantidade exagerada de kms que tinha feito no primeiro dia.

 

É um trajeto de zona costeira bastante bonita. O meu objetivo nesse dia era parar em Caminha mas, novamente, encontrei os amigos polacos e, em conversa com eles, decidimos atravessar o rio que ia até La Guardia. O ferry boat habitual não estava disponível mas descobri que havia um barco menor de um pescador local que podia fazer essa travessia. E lá fomos! Experiência única e maravilhosa.

O albergue da cidade de La Guardia é, na verdade, uma antiga escola. O senhorio do local é de uma simpatia sem igual! Nesse dia, decidi fazer o jantar para os meus amigos polacos a fim de mostrar um pouco da culinária portuguesa. Bifanas à moda do Porto foi o Menu. Nem preciso dizer que eles adoraram…!!!

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A 4ª Etapa, La Guardia - Ramallosa (38km), foi uma etapa conturbada. Esta etapa comecei e terminei com os meus amigos polacos. E a maior parte foi feita pela costa. Apenas na parte final, onde há uma união do trajeto com um montanha onde subimos bastante e íngreme e depois do cimo até Ramallosa é sempre a descer, mas como as dores eram imensas, a descer ainda custa mais.

 

Ao chegar ao albergue, só me apetecia descansar! E por ser um albergue com quartos individuais, cada um foi para o seu quarto, não havendo jantar em grupo. E, para meu espanto, ao me preparar para o descanso, começando a tirar as minhas botas, acabei por tirar uma pele das bolhas que estava colada à meia! 

 

Vendo que meu pé estava em carne viva, meus amigos me levaram ao médico. Lá, o mesmo me aconselhou a não continuar o caminho pois o tamanho da pele que saiu era de aproximadamente 3 dedos e isso significava que não ía conseguir cicatrizar durante a noite.

E assim tive que voltar para casa, me recuperar e para depois terminar o caminho de onde havia parado...

... e o 2º caminho fiz sozinho (Novembro 2017 - parte 2)...

Recuperado e pronto para outra, voltei ao caminho em Novembro. Um amigo mais a minha namorada me levaram ao local onde havia parado e no dia a seguir, embarquei para a 5ª Etapa: Ramallosa - Redondela (40km). Por causa do fuso horário, saí cedo demais do albergue e caminhei durante uma hora com noite cerrada. Nesse momento foi quando tive uma das experiências do caminho: caminhar no meio da zona florestal, sozinho e só com a luz de uma lanterna. Uma verdadeira experiência com muita adrenalina!

Ao passar por Vigo, digo que não há muita sinalização, por isso devem estar bem atentos no trajeto. Após passar por Vigo, comecei a subir uma montanha que, no seu fim, dava à Redondela.

 

Cheguei ao albergue de Redondela e me preparei para fazer o jantar. Mas caí no erro de não verificar se havia talheres e tachos. E, para minha infelicidade, esse albergue era daqueles que havia apenas cozinha. A sorte foi ter comprado, nesse dia, uma pizza e uma garrafa de vinho. Como, também, não havia saca-rolhas, fui a um grupo de portugueses que também lá estavam e pedi-lhes um emprestado. A partir daí tornamo-nos amigos.

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6ª Etapa: Redondela - Pontevedra (18km). Etapa pequena mas com bastante natureza. E bastante frio (por ser novembro). Ao chegar próximo de Redondela, aproveitei para parar na mesma tasca que havia parado no caminho do ano anterior para comer o polvo que tanto gosto! Contudo, não tive sorte pois em novembro não é época de servirem polvo, lá tive de comer uma sande de queijo e fiambre acompanhado por uma bela malga de vinho tinto. Para próxima, quem sabe.

No caminho, tornei a encontrar os amigos portugueses. Andamos juntos até Pontevedra e, ao chegarmos no albergue, decidimos fazer um jantar em grupo.

A 7ª Etapa foi Pontevedra - Caldas de Rei (21km). Esta etapa foi uma etapa de reviver o ano anterior com mais atenção e amor. Como foi uma etapa pequena, fui o primeiro a chegar no albergue. Depois os meus amigos portugueses chegarem, fizemos uma tarde de confraternização onde aproveitei para leva-los a conhecer a fonte termal que há naquela região.

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Já a 8ª Etapa foi Caldas de Rei - Padrón (18 km). Nesta etapa optei começar cedo e fazer acompanhado pois era a última vez que ia ter a companhia deles uma vez que eles seguiriam para além de Padrón e eu pararia por lá.

Saímos muito cedo. E ao meio do caminho, apanhamos chuva (como diz o ditado...). E não foi pouca!

 

No grupo dos portugueses eles já tinham "adoptado" uma peregrina Brasileira, ela também ficou em Padrón.  Acabamos por ir fazer compras e fazer o jantar no Albergue.

 

E como cheguei cedo, aproveitei para revisitar a cidade, sempre com mais atenção aos detalhes perdidos no caminho anterior.

A 9ª e última Etapa: Padrón - Santiago (25 km). Fazer esta última etapa foi diferente. Foi diferente pois fiz sozinho. E mal começas esta última etapa já queres chegar ao fim. Esta etapa era importante pois sabia que tinha uma pessoa a minha espera, ao contrario da outro caminho. Isso torna o trajeto muito mais extenso...

Essa etapa foi, também, cheia de chuva. E era tanta que, em dado momento,  tirei a capa de chuva pois já não fazia mais efeito. Confesso que me custou andar pois o cansaço era enorme. Mas, saber que a minha namorada estava a minha espera, na praça principal fez com que eu tivesse mais forças para chegar até Santiago. E, ao vê-la a minha espera foi um momento muito especial pois foi o realizar de um sonho há muito desejado.

Aproveitamos para ficarmos uma noite e visitarmos a cidade, coisa que não pude fazer no primeiro caminho. Visitamos o Museu da Catedral, a própria Catedral de Santiago, o parque Alameda que é lindíssimo! Só não conseguimos ver o botafumeiro. Mas isso fica para uma próxima, tenho a certeza.

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Mapa com o percurso do Caminho Português da Costa

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